Pais contra educação sexual (DN)

Pais contra educação sexual

Por LUSA 01 Julho 2009

Elementos da Plataforma Resistência Nacional começaram ontem a distribuir cartas para que, na matrícula dos filhos, os pais não autorizem a frequência das aulas de educação sexual, disse à Lusa fonte do movimento. “As crianças portuguesas não podem ser cobaias de uma experiência educativa sobre aulas de educação sexual”, referiu Artur Mesquita Guimarães, membro da comissão executiva da recém-criada Plataforma Resistência Nacional (PRN).

Contra as aulas de educação sexual, a Plataforma iniciou ontem, na Escola Júlio Brandão, em Famalicão, a entrega a pais e encarregados de educação de uma carta/matrícula. O documento, com um texto base onde os pais informam a escola de que não autorizam os filhos a participar “em qualquer aula, acção ou aconselhamento relativo a educação sexual”, deve ser assinado e entregue no acto da matrícula.

“A carta que os pais devem entregar na escola que os filhos vão frequentar é juridicamente válida e ninguém deve ter medo de fazer valer os seus direitos de educar os filhos”, frisou Mesquita Guimarães, pai de seis crianças, três delas em escolas públicas. “A educação sexual dos nossos filhos é da nossa competência e é algo que fazemos, como pais, desde o seu nascimento, de um modo natural, integrado, progressivo, completo e respeitando as exigências das suas necessidades concretas, do seu crescimento e da sua dignidade pessoal”, refere a carta distribuída pela Plataforma.

A distribuição será feita na rua. “Não pedimos autorização a ninguém para entregar as cartas porque estamos a agir dentro da legalidade”, disse a mesma fonte. A PRN criou um gabinete jurídico online para responder aos pais ou encarregados de educação.

A legislação que prevê a disciplina de educação sexual ainda não foi aprovada. Contudo, os promotores da carta defendem que, na escola, os alunos apenas aprendam “a parte biológica do sexo”. “A escola tem de respeitar a vontade dos pais e, mesmo sem as aulas de educação sexual, deve dar liberdade aos alunos para que assistam ou não a conferências ou palestras sobre esse assunto”, referiu ainda Artur Mesquita Guimarães.

http://dn.sapo.pt:80/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1284866