Por: João Pereira Coutinho, Colunista (Correio da Manha)
O psicólogo Eduardo Sá escreveu esta semana um texto no jornal ‘i’ que merecia mais ampla divulgação. Desde logo porque ele revela, nas suas linhas iniciais, o espírito que preside à ‘educação sexual’, uma disciplina que será obrigatória e que está pronta para entrar em vigor.
Diz o dr. Sá: ‘A educação sexual nas escolas é algo que não merece discussão.’ Ora nem mais. Aqui temos o pluralismo e a abertura ao diálogo que define os especialistas na matéria. Um pluralismo e uma abertura que leva esta caridosa gente a fechar os filhos dos outros na sala de aula; e a distribuir pénis de esferovite pelo rebanho, com o simpático propósito de ensinar ‘afectos’. Pessoalmente, é-me indiferente que as escolas pátrias distribuam pénis de esferovite ou vaginas de contraplacado.
Mas ao tornar obrigatória uma disciplina que não respeita a sensibilidade e a autonomia dos pais, a ‘educação sexual’ é o exemplo paradoxal de como em nome da ‘abertura’ e da ‘tolerância’ se confere poder a pessoas manifestamente autoritárias e intolerantes. Uma receita para o desastre.
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