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Cidadania

Hollywood anunciou critérios de admissibilidade para garantir a inclusão.     Os filmes que não cumpram aqueles critérios estão excluídos. Não há nada que grite inclusão como a censura. 

No caso dos Óscares, eu concordo com o anúncio. Não concordo com os critérios, mas concordo com o anúncio, porque os critérios já eram aqueles, só que ainda disfarçavam. Agora é à descarada. 

    O problema destas coisas é que se insinuam sempre como abertura e inclusão e depois de fechar o cerco apertam a corda. Veja-se o caso da Cidadania nas escolas. 

    Quando começou a cidadania a ideia era incluir as famílias. Era importante que participassem todos. Agora já é a matar: quem não vai, chumba. Família ameaçada com Comissões de Protecção de Crianças e Jovens e Ministério Público. Alunos de quadro de mérito, articulados e com clara capacidade para pensar pela própria cabeça. Mas pensar pela própria cabeça é, nas democracias socialistas modernas, um crime e dos mais graves. Muito mais grave que a corrupção. 

    Por cá temos a saúde escolar e o consentimento informado, o quase perfeito documento burocrático. Para ser perfeito só lhe falta ser consentimento e ser informado. Não é informado, porque as escolas no início do ano nunca sabem o que vão fazer. Muitas delas ainda nem aprovaram os planos de actividades. Portanto, ainda não há nada a informar a não ser ideias vagas. E não é consentimento, porque os dados são viciados à partida: é a recusa que tem de ser justificada, e perante o Conselho Executivo. O ónus é de quem não amocha. Está com sorte se não tiver processo na CPCJ e queixa no MP.

    Nunca consentimos, assim, no geral, tipo cheque em branco. Concordamos quando informados do que vai acontecer. E acompanhamos, para podermos desmontar a propaganda. É um exercício de cidadania. A cidadania que não se ensina na escola.